Anjo da Guarda: conexão espiritual na Umbanda

Entidades Sobre a Umbanda

Os médiuns são indivíduos que possuem uma capacidade única de permitir que espíritos se comuniquem com o mundo físico, através da ocupação temporária de seus corpos. Isso ocorre devido a uma diferença nas vibrações magnéticas entre o corpo do médium e o espírito, possibilitando a interação entre as duas entidades. Quando uma pessoa se torna obcecada pela mediunidade, é comum que ela manifeste os comportamentos dos espíritos que a influenciam, muitas vezes sem perceber, o que pode levar a mudanças emocionais drásticas e até a uma dupla personalidade. Para esses médiuns, a mediunidade não é uma habilidade apenas para ser exibida, mas um dom que precisa ser trabalhado e purificado, refletindo apenas os dons dos espíritos superiores ou daqueles que seguem a ordem divina.

A Prática da Mediunidade ao Longo da História

É importante entender que muitas pessoas são médiuns, mas nem todas sabem como lidar com essa capacidade de maneira equilibrada e saudável. Se fizermos uma pesquisa histórica, veremos que práticas como xamanismo, pajelança e feitiçaria são mais antigas do que as religiões contemporâneas. As religiões, na verdade, surgiram como formas de organizar e direcionar essas capacidades e dons, criando uma estrutura que respeita a ordem divina. Por isso, as disputas e a competição que surgem sobre quem é o médium mais “especial” são desnecessárias. Podemos perceber isso quando olhamos para figuras como Jesus, que induzia o êxtase mediúnico nas pessoas, assim como os pajés, curandeiros africanos e xamãs siberianos, que também utilizavam a mediunidade para curar e guiar suas tribos.

A Mediunidade e os Profetas Históricos

A mediunidade, ou o dom de incorporação, é um fenômeno tão antigo quanto a própria humanidade, e muitos dos profetas históricos eram, na verdade, médiuns. No entanto, como a mediunidade era combatida em algumas culturas, as pessoas que demonstravam essa capacidade eram muitas vezes rotuladas como “profetas”, já que possuíam intuições e alertas precisos que eram atribuídos aos espíritos superiores. Contudo, devemos tomar cuidado para não criar uma mitologia em torno dessas figuras. Mesmo médiuns excepcionais como Allan Kardec e Chico Xavier não devem ser considerados inferiores aos antigos profetas, mas sim como indivíduos que compreendem o que recebem através de intuições e não caem na armadilha de afirmar que viram ou conversaram com Deus diretamente.

O Perigo da Vaidade Espiritual

Existem também aqueles que, em nome da religiosidade, afirmam ter visto Deus ou até conversado com Ele pessoalmente. Embora cada pessoa tenha o direito de acreditar no que desejar, a realidade espiritual nos mostra que essas crenças podem ser ilusórias e nos ensinarão lições importantes após o desencarne. Por isso, se você é um médium consciente de suas faculdades, é essencial vigiar-se e buscar o autoconhecimento, para não se perder na vaidade ou na crença de ser alguém “especial” de forma negativa. Muitos médiuns que se perderam por se achar especiais amargam a desilusão, mas continuam amparados pela espiritualidade, que os ajuda a encontrar o caminho da evolução.

A Importância da Lapidação do Dom Mediúnico

O dom da incorporação, quando bem trabalhado, permite que os médiuns manifestem os dons dos espíritos, mas isso só é possível depois de um longo processo de lapidação. Cada médium deve ser preparado para lidar com forças poderosas, sempre com humildade e discernimento. Em nosso entendimento espiritual, todas as divindades manifestam aspectos de mistérios divinos, sendo cada uma delas uma individualização de uma qualidade de Deus. Essas divindades estão organizadas em uma hierarquia infinita, onde cada uma possui seu campo de ação e seu mistério particular, como o Orixá Ogum, que rege todas as dimensões da Terra, desde as mais densas até as mais sutis, com um total de setenta e sete dimensões diferentes.

Respeito à Hierarquia Divina

Essa hierarquia divina, que tem início em Deus, nos ensina que a verdadeira mediunidade é uma faculdade que deve ser desenvolvida com sabedoria, sempre respeitando a ordem superior e a infinita complexidade dos mistérios divinos que regem as forças espirituais.

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